A campanha nacional de prevenção do câncer de mama será realizada no mês que vem, trazendo muitas informações importantes e oportunidades de diagnóstico, mas para se proteger de verdade, o autocuidado deve ser uma prática diária.
O Outubro Rosa é uma campanha fundamental porque facilita o acesso aos serviços de diagnóstico e estimula conversas abertas sobre o tema, derrubando mitos e incentivando a realização dos exames.
O câncer de mama é o que mais atinge as mulheres, depois do câncer de pele não melanoma.
Em 2023, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), 73.610 mil mulheres serão diagnosticadas com câncer de mama no Brasil.
Em 2020, foram 18.032 mortes causadas pela doença, sendo 17.825 mulheres e 207 homens.
O ideal é que ninguém tenha que esperar pela campanha para se cuidar.
Afinal a prevenção não se resume aos exames de ultrassom de mamas e a mamografia recomendada para mulheres entre 50 e 69 anos.
É necessário reduzir os fatores de risco tomando outros cuidados importantes:
A observação atenta das mamas é importante para identificar sintomas que podem surgir em caso de câncer.
Os mais comuns são:
O tratamento do câncer de mama avançou muito nas últimas décadas.
Há mais informação disponível sobre as diversas formas de apresentação da doença e novos recursos terapêuticos.
A definição do tratamento para cada caso depende da fase em que o câncer se encontra e do tipo do tumor.
Pode exigir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia-alvo).
Quando a doença é diagnosticada logo no começo, as chances de cura são muito altas.
Em casos mais graves, com metástase (quando o câncer se espalha para outros órgãos), o tratamento consegue prolongar a sobrevida com qualidade.
O alerta para os fatores de risco do câncer é para todos, homens e mulheres.
A doença não tem uma causa única. Condições ambientais e comportamentos aumentam as chances de desenvolver a doença.
Pesquisas internacionais e nacionais apontam desconhecimento dos verdadeiros riscos que o consumo de álcool, o excesso de peso corporal, a ingestão de carne processada e a falta de atividade física representam não só para o câncer de mama, mas para ao menos 12 tipos de câncer.
Você está se expondo a algum desses fatores?
Peso corporal
A prevalência de excesso de peso aumentou em adultos brasileiros nos últimos anos de acordo com pesquisas realizadas recentemente, como a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019.
O aumento foi de 47% para 58% em homens, e de 48% para 59% em mulheres.
A recomendação do INCA é manter o peso corporal nos limites saudáveis de IMC (Índice de Massa Corporal), ou seja, entre 18,5 e 24,9 kg/m² para adultos.
Clique aqui para calcular o seu peso ideal.
Gastos com cânceres associados ao excesso de peso em 2018 foram de R$ 2,36 bilhões, podendo chegar a R$ 4,18 bilhões em 2030 e R$ 5,66 bilhões em 2040.
Álcool
O INCA informa que o ideal é não consumir nenhuma quantidade de bebida alcoólica, já que não é possível determinar nenhum limite seguro.
Porém, os brasileiros estão consumindo mais bebida alcóolica.
Dados comparativos de 2013 e 2019, mostram que em adultos com mais de 20 anos de idade, que dependem exclusivamente do SUS, o aumento na ingestão de álcool foi de 50% para 96% em homens, e de 23% para 97% em mulheres.
Ainda segundo o INCA, gastos com cânceres relacionados ao consumo de álcool em 2018 foram de R$ 1,7 bilhão no Brasil, podendo chegar a cerca de R$ 3 bilhões em 2030 e R$ 4 bilhões em 2040.
Carne Processada e Prevenção:
Comparando dados de 2009 com 2018, o aumento no consumo de carne processada foi de 34% para 64% em homens, e de 31% para 60% em mulheres.
Mas a recomendação do INCA é evitar o consumo de carnes processadas, como presunto e salsicha.
Gastos com câncer colorretal, tipo de câncer associado ao consumo de carne processada, em 2018 foram de R$ 545,22 milhões, podendo chegar a cerca de R$ 1,03 bilhão em 2030 e R$ 1,42 bilhão em 2040.
No Brasil o sedentarismo cresce, pouca gente opta pela atividade física nas horas de lazer, quando o melhor para a saúde é se manter ativo. A atividade física é insuficiente para 70% dos homens e 77% das mulheres.
Gastos com cânceres associados à atividade física insuficiente em 2018 foram de R$ 1,4 bilhão no Brasil e podem chegar a cerca de R$ 2,52 bilhões em 2030, saltando para R$ 3,44 bilhões em 2040.
Todos esses dados, mandam um recado claro. Adotar hábitos saudáveis é dizer um SIM pra vida.
Fontes:
Instituto Nacional do Câncer (INCA)
Pesquisa Nacional de Saúde (IBGE)